quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Acordei cansada.
Sonhei demais.
Senti cheiros. O cheiro do armário do quarto de Tv da casa da minha avó na Av. Bastian onde ela escondia os nossos presentes. Lembrei da coleção de xícaras de café que ela tem. Deve ter sido aí que desenvolvi essa fixação por canecas. Adoro canecas.
Lembrei também de um texto da Fernanda Young que já me serviu de inspiração pra um trabalho:

NÃO HÁ NADA QUE SE POSSA LEVAR PRA DENTRO DE SI NAS NOITES DE QUALQUER RUA DE QUALQUER LUGAR DO MUNDO. PORQUE LEVAR ALGO NÃO É TÃO FÁCIL. VOLTAR PRA CASA COM UM POSSÍVEL NOVO AMOR OU COM OS BOLSOS OU OS CORPOS CHEIOS DE COCAÍNA VAGABUNDA OU COM A CARTEIRA VAZIA OU COM UMA GRIPE CONTRAÍDA NUMA BOATE OU COM UM ANEL ACHADO NA PIA DE UMA PIZZARIA CHIQUE, NÃO É NADA ALÉM DE ILUSÃO.
NÃO SE SOMA A ALMA AQUILO QUE NÃO É CAPAZ DE ENTRAR DENTRO DELA.
E ALMA SÓ SE PREENCHE COM SILÊNCIO, ALGUM POEMA, UM CONSELHO QUE, DE BOM, FOI ESQUECIDO, BEIJO DE MÃE QUANDO SE DORME, UMA REZA SINCERA AO ANJO DA GUARDA, UM AMOR QUE É ETERNO E RARO DE SE ACHAR. E OUTRAS CENTENAS DE COISAS QUE TODOS PODEM TER, SE NÃO ESTIVEREM COM MUITA PRESSA.

Não sei muito bem porque esse texto voltou assim pra minha cabeça.
Só sei que fazem 3 dias que ele voltou. O texto.
Quero manter minha alma bem alimentada. E limpa. Alma limpa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário