terça-feira, 1 de novembro de 2011

nojeiras e celular

aproveito o trânsito pra escutar as músicas proibidas em casa no volume máximo
pra roer unhas e cutículas
pra tirar melecas secas do nariz
pra examinar meus dentes no retrovisor
pra coçar o saco
pra dar uma cheiradinha nos dedos
e outras nojeiras que só é possível fazer sozinho e protegido pelo vidro fumê

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

espelho espelho meu

Na frente de um espelho enorme, que ocupa quase toda a altura da parede do meu quarto, coloquei uma mesa e uma cadeira.
Significa que agora posso escrever me olhando no espelho....
que viagem! tu já escreveu se olhando no espelho?
Eu me olho no espelho e tenho vontade de rir e fazer palhaçadas pra mim mesma de tão feia que eu ando me achando!
E penso coisas tão rápido que os dedos não acompanham... mas to com preguiça de levantar e gravar o que eu to pensando... então vou acabar perdendo esses pensamentos...
tchau pensamentos...
que viagem!
ai, coceira no nariz..
.
.
me coçei fazendo careta...
aquela careta que as mulheres fazem sempre que pintam o olho ou que coçam o nariz..
.
.
ai, ai... suspiro feliz...
.
.
cadê os pensamentos?...
se foram mesmo...
.
.
vou dormir

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

cara de cão sem dono
emoção de roda gigante
...
??

sem mais.
não adianta. não vai pra frente.
tento amanhã.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Gosto de vc porque vc me define
eu poderia ser Fulana de Tal que Vc Definiu.
Quase me conhece mais que eu própria me conheço
não sei bem como... de repente é porque vc se vê em mim.
E nem preciso explicar muito o que eu to querendo dizer pq tu já entendeu.
Quero dizer entre as palavras.
Eu e vc entre as palavras.
Sim, me sinto mais velha. Mais cansada.
Mas nem sempre isso é pior.

Nunca mais serei eu sem vc. Agora e sempre daqui pra frente sou eu a partir de vc.
Te vejo revirando os olhos de prazer. E é pra isso que vivo.

Tua boca. Minha boca.
Os teus olhos.
Tua língua sentindo o gosto meu.

E tu?
Tu te percebe a partir de mim?



domingo, 21 de agosto de 2011

assim, como que das profundezas...

quando fui dormir ontem a noite tive um insight.
tão profundo mas tão profundo que eu esqueci.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

1, 2, 3, COMEÇA!
opa..!! quase caí pro lado.
desta vez estou torcendo pelo vilão
sou apaixonada pelo Antonio Fagundes
será que eu envelheci?

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mano

minha amiga querida
tem agora na tv um programa que se chama chegadas e partidas.
é apresentado pela astrid fontenelle no aeroporto de guarulhos, são historias de pessoas que se separam e se reencontram....
e daí...

(tres pontinhos)

saudade de ti...

não por acaso, hoje é dia do amigo aqui no brasil.
aí tb?

me deu vontade de te escrever uma carta. carta mesmo.
escrita a mão num papel de carta ou numa folha de caderno como essa.
lembrei do livro do caio fernando abreu que se chama cartas. conhece? muito bom. (tem cartas maravilhosas do caio brigando, fazendo as pazes, reclamando da vida ou feliz da vida escritas pros melhores amigos ou pros pais dele.).
depois disso pensei que demoraria bastante pra essa carta chegar e que mesmo assim seria maravilhoso receber.
abrir o envelope.

(pausa)

mas aí pensei que a minha letra se torna indecifrável quando escrevo com pressa e a maresia não me deixa pensar e escrever de vagar.
então te dedico esse post.

(pausa)

nem sei se tu sabia que eu tinha esse blog. eu não conto mesmo pra ninguém.
comecei por recomendação médica quando tive aquele surto de depressão. lembra?
ou melhor, tu soube que eu tive um surto de depressão? porque isso eu tb não quis contar pra ninguém.

(outra pausa)
voltando ao programa, aparecem várias imagens de pessoas se abraçando...
lembrei do seu.
apertado.
verdadeiro.
e me emocionei.

(pausa)
(limpo com os dedos o rímel borrado pela lágrima)

eu tenho sorte de ter feito amigos como vc. sou muito muito feliz por isso.

fico pensando se tu sente saudades de comer chocoky.
eu como chocoky sempre. não quero te deixar com inveja, só quero que tu saiba que eu me sinto gorda.
nenhum 36 me serve.
e a minha barriga ta bem molinha.
que pena.

sabe que uma vez eu encontrei a astrid fontenelle no aeroporto?

eu nunca esqueço de uma vez que a gente tava meio sem se falar e nos encontramos no elevador assim sem querer, lembra?
foi engraçado porque a gente meio que se assustou e meio que fez as pazes ali mesmo e tu tinha feito uma tatuagem nova.
isso aconteceu mesmo? ou foi um sonho? agora fiquei na dúvida.

não importa.

importante é que hoje é dia do amigo e que lembrei de ti.

quero que tu saiba que eu te amo e te admiro muito.
e que a minha fruta predileta é melancia.


terça-feira, 19 de julho de 2011

Dúvida

- Vontade de me lambuzar com uma fruta madura e suculenta. De comer com as mãos. Deixar escorrer o caldinho pelo meu queixo. Lamber os dedos. Soltar gemidos de prazer. Perceber o olfato e o paladar ao mesmo tempo. Chupar tudo até o caroço...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A Mente, sacou? Domínio. Respiração curta? Inala. Eleva os braços...

Acho que a cabeça é a parte mais pesada do corpo, quando jogo ela pra trás, tenho a sensação de que vai cair então acabo não conseguindo..

(os dois riem)

Me dá um chiclete?

Pega aqui.

Onde? Aqui?

É.

Amanhã quero sair de chapéu. Chapéu tem acento?

Não. Acho que tem. Bah, na real não me lembro.

(os dois riem)

O Guaíba é lindo né?

É. Mas tá um puta frio. Vou nessa.

(ela ficou ali balançando as pernas e bebeu uma cerveja preta depois de um ano de abstinência...e, na verdade, o que eu queria falar mesmo é exatamente isso, depois de um ano de abstinência, bebeu uma cerveja.. ainda que preta.. e só isso que importa, a cerveja, a abstinência, o ano que se passou.. e tudo que isso significa... e um ano inteiro... e o tempo...a falta de memória (tem acento?).. os amigos que já não são mais amigos, os novos amigos, os amigos de sempre, a saudade do que passou.....o presente... o desejo pelo que virá......e só isso...)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Simples e sucinto

Simples e sucinto. Deveria ser assim quando falássemos de nós.
"Mas por que não discorrer sobre o assunto?" - alguém me perguntaria, "Porque ainda não inventaram palavras que traduzam o que acontece entre nós" - eu responderia. Porque sou hippie e por isso, além de eu ser contra pratos de plástico, acredito que no fundo nós somos um. Somos um.

Enquanto você atravessa a ponte Rio/Niterói, eu arrumo a casa, o palco que vai te receber. E você decora a poesia, e eu calço os sapatos de salto vermelho porque me acho baixinha. Você veste a jaqueta e eu na ponte aérea. Você de carro e eu de carona. E lá estamos nós. Nove.
Doze.

Um.

Dez.

Anos depois.

Um.

Pra mim não faltou ninguém.
Simples e sucinto ainda que a amizade seja o "que será mais nobre para o espírito humano".
No palco relicário de atores invisíveis os mesmos clichês. Médios que não se desenvolveram.
É contigo que não tenho vergonha de mim.




quarta-feira, 4 de maio de 2011

facebook

AGORA PEDEM PRA ME COMPORTAR?

Desde pequena via o Tarzan andar pelado
Cinderela chegando meia noite
O Pinochio mentia
Aladim era ladrão ...
Batman dirigia a 320km/h
Bela Adormecida uma vagaba
Branca de Neve morava com 7 homens
Popeye fumava e era tatuado
Pac Man corria numa sala escura com música comendo pilulas que deixam ligado
Gargamel fazia chá de cogumelo e ficava viajando correndo atrás de smurf azul

TARDE DEMAIS!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Bernardo Jones

Eu não tomo mais agua gelada porque meu negócio é música e história.
Só minto em nome da verdade.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Vendendo Palavras

Michel me deixou imaginando um coelho no meio, ao lado dele alguém que não me deixou marcas pq continuei imaginando o coelho no meio.
Renato que me fez acreditar que é impossivel perdoar os pais pelos absurdos que cometem quando confessou que vai envelhecer colocando peitos e unhas postiças.
Keli numa casa de campo tocando piano.
Raquel e as cabeças pegando fogo com neocid. Piolhos.
Thiare jogando envelopes pra cima e Isabela toda pintada de pontinhos pretos. Carrapatos.
Helena de peruca black power cantando jazz. Lu que certamente não é desse planeta pq é muito simpática. Stela que não tem data de aniversário pq nasceu no mesmo dia que as irmãs gêmeas e por isso é tão chata. Du que é casado com a mulher mais natureba da cidade mas se vê fumando caixas e caixas de marlboro acalmando a filha que tem medo de chuva.
Branca direto de um filme de Almodóvar.
Marino que visitava cadáveres achando que eram bonecos de escola de samba.
Fernanda que nasceu no avião e por isso é metade brasileira, metade japonesa.
Vandré que não é André comendo docinhos da sua festa de aniversário até vomitar.
Fabrício, negão, de pau duro, doidão dançando pro espelho.
Adriana desenhando telas enormes.
Pablito sem camisa no alto de um carro alegórico.
Cris criando criando criando sem parar.
Mariana trepando trepando trepando sem parar.
Pedroca de cuecas sozinho.
Arthur...
Pedro olhando sua idade no espelho.
E eu espero cruzar com a Raquel na próxima vez que ela distribuir o dinheiro das compras de mês.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Ai de mim

questão que me atravessa
engasgada
insone
indecisa
tentada

felicidade miseravel

conseguirei viver sem isso?

sigo por onde
pra onde me levo?

aperto o peito
aperto o cinto na barriga fácida

escondo a pança e a dúvida que me atravessa

o querer e o mais que bem querer
fazer parte daqui
dali
não salvador
não salvação

escrever um livro
fazer um filho
plantar uma árvore

domingo, 20 de fevereiro de 2011

SABEDORIA POPULAR

Se for verde,
                     fume
Se for liquido,
                     beba
Se se mexer,
                     transe
Se não se mexer,
                     jogue num caminhão!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

PEITO QUE JORRA
 amor
          e  suor

meu cheiro que agora é teu
ou o teu que agora é meu?
           
          tua boca que as vezes me maltrata
          tua mão delicada que as vezes me arranha
          tuas emoções que as vezes me irritam
          teu sono que tira o meu

e ainda assim...
ainda assim...
           

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Idiotices

Tem coisa melhor do que ficar doidona dentro de uma banheira?

Ás 21:28 no sinal do Passeio Público, o motorista da frente, saiu de dentro do seu carro preto, tirou seu paletó, exibiu sua camisa de botão, voltou para dentro do seu carro e esperou o sinal abrir. Imediatamente depois, saí de dentro do meu carro azul, tirei minha blusa, exibi meu sutiã, voltei para dentro do meu carro e esperei o sinal abrir.

Vou esquentar a chapa.

Vou escutar Beatles.
Mas antes vou me preparar tomando banho de banheira.

Tem coisa melhor?

 De qualquer jeito seu olhar vai ser meu raio.
De sol.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

poesia na cabeça

Detesto poesia, música clássica e filosofia, mas ando com uma poesia da Elisa Lucinda na cabeça...
Diz assim: "a gente tem que morrer tantas vezes nessa vida que eu já to craque em ressurreição
                 bobeou eu to morrendo...."
Claro que tem o resto todo mas agora não da tempo de escrever...

domingo, 23 de janeiro de 2011

Parir



Rio de Janeiro, 10/1/11.
22 hs: contrações a cada 10 ou 12 minutos, dor nas costas, necessidade de balançar o quadril, barriga alta, eu penso “não vai nascer hoje, a barriga tá alta, é só o corpo se preparando”

23 hs: contrações persistem, eu penso “disseram que quando começa não pára”, xixi involuntário, não sei se é a bolsa ou se mijei nas calças

00 hs: “melhor ligar pro médico”

01 hs: contrações a cada 8 ou 10 ou 12 minutos, eu penso “disseram que o intervalo de tempo é bem preciso”, táxi, hospital, ultra-sonografia, exame de toque, “volta pra casa querida, você está apenas com 1 cm de dilatação”

Madrugada: contrações cada vez mais fortes, “ai, ai, ai, puta que pariu, melhor não lutar contra dor”, adormecer e acordar gemendo a cada 8 ou 10 ou 12 minutos pra cronometrar

Rio de Janeiro, 11/1/11.
9 hs: não dormi a noite toda, to exausta, contrações a cada 8 ou 7 minutos, barriga alta, balançar o quadril, xixi, sujeira na calcinha, eu penso “barriga alta, 1 de dilatação, não vai nascer hoje, vou aguentar”

12 hs: visita da mãe, “que saco, mas tudo bem”, contrações de 7 ou 6 minutos, almoço gostoso, balançar o quadril, cronometrar o intervalo e o tempo de duração das contrações, dói pra caralho, agüentar, respirar, gemer, fazer xixi, beber água

15 hs: contrações muito fortes, intervalos regulares, celular do médico desligado

16 hs: médico atende o celular, correr para o hospital, pegar a bolsa da maternidade, gemer, eu penso “vou até lá e vou voltar pra casa, a barriga tá alta, não vai nascer hoje”, hospital, exames, 45 minutos de exames, contrações precisas a cada 4 minutos, o médico pediu pra ligar pra ele, chorar, “vão querer que eu faça uma cesareana”, médico diz pelo telefone “eu sei que você queria muito um parto normal mas vamos fazer uma cesareana, o bebê pode entrar em sofrimento, você está em trabalho de parto há horas e não tem dilatação”

18 hs: a recepcionista da maternidade avisa que o hospital está lotado e que vai ligar para o médico, esperar, chorar, doer, chorar, se acalmar, fazer um telefonema que conforta, saber que vai permanecer na maternidade em uma sala improvisada de pré-parto, recusar a cadeira de rodas, despedir da mãe preocupada, colocar a roupinha de hospital, esperar a equipe médica, contrações a cada minuto

Sem noção de tempo: entrar na sala do centro cirúrgico chorando, assustada, tremendo de medo, médicos falam no celular, conversam sobre o próximo feriado, “vira de lado, encolhe a cabeça e os joelhos pra tomar a anestesia”, tremer as pernas de medo até que tudo pareça morto do peito pra baixo

20:05 hs: nasceu uma filha e uma mãe

Sem noção de tempo: filha no berçário com a pediatra, eu na sala improvisada sem banheiro e sem camapainha de emergência, sozinha, vontade do tossir, eu penso “não vou tossir pra não doer a barriga”, vontade aumenta, olhos pesados, vontade de tossir, olhos mais pesados, “meu deus não consigo mais abrir os olhos”, a voz já não sai da garganta, escuto as enfermeiras na sala ao lado assistindo Passione e rindo, tentar gritar, não conseguir, sentir todo o rosto inchado, garganta se fechando, “caralho, fudeu, to tendo um choque anafilático”, tentar gritar socorro, alguém entra na sala a tempo de transformá-la numa UTI...... acho que me deram uma injeção........ muitas pessoas ao meu redor....... voltar aos poucos a respirar........ ufa......... bebê volta do berçário.............
Não lembro mais de muita coisa........ um branco................................................................

Não pari mas nasci de novo

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

- Cansei do espelho.
Não do espelho real onde os outros me refletem, esse me ensina alguma coisa sempre que estou atenta e não adiantaria nada ficar cansada de me ver nos outros porque só atrasaria o meu plano de evolução.
- Há há há.
- É verdade, eu pretendo evoluir até deixar de ser preguiçosa, orgulhosa e invejosa.
- Legal, boa sorte! Você deveria incluir rancorosa na sua lista evolutiva.

(Silêncio)

- Cansei do espelho que eu me vejo, o espelho do banheiro.
- Ah é?
- É.. é muita preocupação com a aparência... me olho, me olho, me olho e não me acho bonita.
- Você é bonita sim.
- Não.. já fui talvez. Aos 17 anos, ou 19, não lembro exatamente.
- Como assim?
- Não lembro exatamente quando me achei bonita. Mas já faz tempo que eu apenas suporto a minha aparência.
- Tenta se cuidar mais.... As drogas te envelhecem.
- Você também acha que eu envelheci?
- Não quis dizer isso.
- Mas disse.
- É eu disse. Mas sem querer. É que as drogas fazem a nossa aparência ficar pior.
- Você está fazendo o diálogo ficar pior.
- Desculpa.

(Silêncio)

- Ontem eu tentei transar com outro cara. Mas não deu certo.

Apesar

Amor por obrigação não vale. Não precisa se sentir obrigado a vir me ver. Se você estiver ocupado demais com as suas coisas aí e estiver sentindo o peso da obrigação de vir me ver, esquece. Não vem então.
Prefiro a honestidade dos sentimentos que a formalidade das ações corretas.
Eu aprendi a te aceitar assim. A te amar assim. A distância. E sinto o seu amor também, juro, mesmo a distância. Mas tá bom assim. Não há mais tempo para mudar relações estabelecidas. Ficamos assim. Como de costume. E eu me sinto feliz.