AS BUNDAS DE DALILA

"Tomei uma Coca-Zero em sua homenagem. Não-light. Zero. Zero mesmo. Parecido com aqueles
Não-atores. Não-representação. Não-diretores. Não-produtores. Os Não. Sabe? Os Zero. Zero mesmo.
Ah, pára. Não fala isso. Não-fala.
Não-volta por cima. Eu sei.
Na lista de atividades, esvaziar o armário. Na lista dos desejos mais profundos, emagrecer 3kg com saúde.
Na lista.
De espera.
ExPero
Pero no mucho.
Babo em corpos sarados mas minha língua baba mesmo nos seus pêlos."

Dalila queria ter coragem de perguntar pro analista se houve mesmo alguma melhora. Porque domingo na praia fixa seu olhar em bundas.
Todas as bundas da praia.
Com estrias, enrugadas, fio-dental, gordas, duras, brancas, queimadas, flácidas, com cofrinho, retas, largas, bonitas, arrebitadas, caídas, furadas, com covinha, quadradas, malhadas, falsas, negras. As melhores, sem dúvida, na opinião de Dalila são as negras.